Bolsa & vírus

José Horta Manzano

Atualmente, a rapidez com que as notícias circulam é vertiginosa. Um passeio rápido pelos principais sites de informação do planeta confirma: aconteceu, apareceu. Assim que o fato se produz, vira manchete.

A pressa é inimiga da perfeição – já diziam as professorinhas de antigamente. É verdade. Como as agências noticiosas despacham em inglês, funcionários desatentos acabam escrevendo chamadas com sotaque.

Chamada d’O Globo, 12 mar 2020

Dólar bate R$ 5
As palavras são nossas, mas a sintaxe é inglesa. Em inglês, de fato, dizem: “Dollar hits …”. Não dá pra traduzir “to the foot of the letter” – ao pé da letra. O problema se resolve fácil com a substituição de bate por atinge.

Chamada da Folha de SP, 12 mar 2020

Testa positivo
É outro sintoma do mesmo fenômeno. Em inglês, fica: “he tests positive”. Em português, a tradução palavra por palavra soa esquisita. Doença, antigamente, se contraía. Eu teria dito que o secretário contraiu o coronavírus.

Mas quem faz a língua são os falantes. Vamos em frente com “testa positivo”. E não se fala mais nisso.

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